A comunicação plena dos círculos dançantes


Há algo de mágico e sagrado na energia coletiva que se estabelece quando as pessoas dançam em círculos. Desde os antigos que giravam em torno da fogueira até as rodas atuais, cada vez e felizmente mais freqüentes nos grupos holísticos, as mandalas vivas dos círculos dançantes atuam no físico e no sutil. Em harmonia e celebração, os participantes ativam um campo energético integrador que se reforça a cada outra dança.
Quem conhece de perto esses processos de enraizamento através do movimento é a Consultora do Absoluta, Lucineide Nobre, educadora, integrante da Unipaz-CE, facilitadora e atuante em consultoria educacional na abordagem biocêntrica. Ela nos fala aqui em mais detalhes de como funciona essa comunicação alquímica.



"Dançar quer dizer, sobretudo,
comunicar-se,
unir-se,
encontrar-se,
falar com o próximo na profundidade do ser.
A Dança é união de pessoa com pessoa,
de pessoa com o universo,
de pessoa com Deus".

Maurice Bejart

A dança circular é uma das formas de expressão mais primitiva e verdadeira que o ser humano adotou para manifestar sua reverência à vida, na dimensão do sagrado.
Os antigos dançavam em torno da fogueira, vocalizando sons ou não, enquanto se aqueciam ou o alimento era assado, e assim eles se nutriam também pela vinculação com a divindade.
Os povos nativos, em diferentes tribos, dançavam (e continuam dançando) em círculo para agradecer, celebrar, curar, reverenciar, ritualisticamente. Benhard Wosien, alemão, dançarino e pesquisador em danças, bem como Saamuel Lewis, norte-americano e estudioso das religiões comparadas, foram os principais responsáveis nas décadas de 60 e 70 pela reintrodução das Danças Circulares Sagradas e pelo movimento das Danças da Paz Universal aqui no ocidente. Desde então, até os dias atuais, as danças em círculo conquistam cada vez mais praticantes. As danças circulares evocam em seus movimentos e gestualidade um vasto simbolismo, que produzem em nós efeitos sutis e concretos; despertam a harmonia na diversidade, a serenidade, a cooperação, a auto-confiança e nos encoraja a ocupar o nosso lugar no mundo.
A alquimia que se processa num círculo dançante estabelece uma comunicação plena e sem palavras, no nível da inteireza do ser, na freqüência vibracional do amor.
A prática regular das danças circulares sagradas têm me favorecido consideravelmente para a auto-observação, o reconhecimento dos meus aspectos saudáveis e insanos, estimulando-me no auto-cuidado, sem nada exagerar e negar.
A dança me remete à consciência da árvore da vida que sou, abre-me à percepção de que, para manter a seiva vital circulando em meu ser-árvore, é essencial que eu cuide atentamente do silêncio interior, do padrão vibracional dos meus pensamentos, das minhas articulações e flexibilidade psico-física, enfim, do meu enraizamento na matéria e na luz, que é o sustentáculo do meu eixo e do meu movimento existencial.

Lucineide Nobre
Educadora, integrante do conselho gestor da Unipaz-CE, facilitadora d'A Arte de Viver em Paz no Programa Beija-Flor da Unipaz, atuante em consultoria educacional na abordagem biocêntrica e holística, mãe de Adriano, Danilo e Denize, e uma incansável aprendente de ser e conviver
lucineidenobre@yahoo.com.br
FORTALEZA/CE

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